domingo, 11 de julho de 2010

Respirador Bucal



A criança deve inspirar o ar pelo nariz desde que não hajam interferências que prejudiquem este ato fisiológico. Muitas vezes, nos deparamos com hábitos ou alterações que, por obstrução física, dificultam ou impedem a respiração nasal. A criança que é respiradora bucal tem uma situação de anormalidade fisiológica. Muitas destas crianças sofrem de obstruções das vias aéreas superiores pela presença de adenóides hipertróficas, rinites, hipertrofia de cornetos, desvio de septo, pólipos, o organismo desencadeará um padrão de respiração bucal. Também pode haver processos alérgicos, que estão muitas vezes associados à hipertrofia de amígdalas e das mucosas nasais, gerando uma alteração na deglutição e na postura de língua em repouso ou em ação. Outras características dos respiradores bucais são: palato alto e estreito, maloclusão classe II divisão I de Angle, mordida cruzada entre outras.
O paciente respirador bucal possui características que devem ser observadas pelos profissionais da saúde que lidam com a criança desde o seu nascimento: como babar no travesseiro enquanto dorme, uma falta de tonicidade labial (lábios entreabertos o tempo todo), lábio superior curto e hipotônico, lábio inferior volumoso, alteração na tonicidade e mobilidade da língua, dificuldade para a deglutição, face alongada, olheiras, redução no apetite, ou comem muito rápido sem mastigarem, baixo rendimento escolar, falta de concentração, fonação incorreta, estreitamento das narinas, flacidez na musculatura facial, xerostomia (boca seca), maior propensão à doença cárie e a gengivites, etc. Quando há presença de respiração bucal, são grandes as chances de desenvolver distúrbios miofuncionais, pois a boca aberta altera o equilíbrio neuromuscular da face. Além disso, a postura corporal do respirador bucal está alterada, principalmente de cabeça e pescoço, e conseqüentemente atuando sobre a oclusão em desenvolvimento (mal oclusão dentária, mordida aberta, dentes projetados, mordida cruzada).
É muito importante diagnosticar o mais cedo possível a Síndrome do Respirador Bucal para que a criança seja encaminhada ao tratamento com equipe multidisciplinar composta pelo menos por otorrinolaringologista, dentista e fonoaudiólogo. Assim estaremos ajudando na qualidade de vida desta criança e prevenindo alterações dento faciais severas.

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